sexta-feira, setembro 09, 2005
Tróia Resort
Valerá a pena este "sacrificio"?
Gostei do espectáculo, da mediatização e da vibração com que os locais viveram a demolição de dois verdadeiros atentandos ao horizonte (diga-se paisagem natural)e ainda vejo o inacreditável de alguns dizerem hoje nos jornais que "....temos pena, deviam era arranjar as torres e pintar aquilo de novo, em vez de construir mais coisas em troia...".
Mas, e as vantagens? Será que a Soane, usando esta plataforma do turismo será capaz de aumentar os seus lucros e fazer um bom investimento, tal como já nos mostrou que sabe fazer nas tecnologias, na madeira, no comercio ou no imobiliário? Segundo consta, o plano de investimentos prevê a construção de um hotel de 5 estrelas, com 300 quartos, uma estância balnear com 600 camas, um parque de recreio aquático, uma marina, um centro equestre e um centro desportivo, e algumas dezenas de moradias de luxo.
Não me parece que o esteja em causa uma megalomana construção desordenada na busca de mais camas, para mais turistas...antes pelo contrário. Se o Mundo munda, o Turismo é das primeiras actividades que reflete as preocupações das pessoas, e não se esqueçam que fazer turismo, e para fora, é coisa para quem tem dinheiro (sim, já nao é preciso tanto assim). Vejam que o tipo de "resort" que estão a desenhar para Troia é vocacionado para uma faixa de luxo, onde a envolvência natural é fundamental para escolha do destino.
Estamos com medo do impacto das construções?penso que não devemos recear a construção que é planeada e ordenada segundo critérios, que a propria Sonae, anunciou como de respeito pelo meio ambiente. De facto, aplaudo a presença da Quercus e outras associações, que mesmo sem nada para dizer (porque neste caso, constatam investimento para a protecção ambiental), vêm discutir a localização do cais dos barcos...! Eu partilho das mesmas preocupações, a colónia de 30 roazes do Sado deve ser vigiada e controlada (nem que seja para continuarem a cobrar 30 € por pessoa para um passeio de barco), mas não me parece que deslocar por alguns metros o cais irá colocar em perigo a alimentação dos roazes, ou será que só agora é que o oleo dos barcos se tornou preocupação? parece-me que a sustentabilidade do estuário do sado passa sobretudo pelo controlo de emissão de efluentes (setúbal, a cimenteira, etc...), a vigilância da captura de especies no rio, etc...
Penso que não temos razão para tocar os alarmes...e pelo que vemos a paisagem ainda agradece, para já temos menos 2 torres!
JSousa
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1 comentário:
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